Monumentos europeus são cópias da arquitetura islã

Notre Dame em Paris, San Marco em Veneza, o Parlamento britânico e Westminster Abbey em Londres, a catedrale de Chartres e de Amalfi: todas majestosas obras arquitetônicas, consideradas simbolos do Ocidente. “E ao invés disso, vieram todas do Oriente”, explica Diana Darke, especialista inglesa em  Oriente Médio e autora de um livro recém lançado na Inglaterra. 

Em seu livro, Darke afirma que grande parte da arquitetura considerada típica da Europa foi fruto da influência do Islã. Mesmo o gótico, o mais emblemático dos estilos do norte da Europa, deriva da arte islâmica seus traços mais característicos: a torre, as janelas e arcos pontiagudos, os vitrais e as abóbadas nervuradas. Ou pelo menos é o que Diana Darke, escritora, arabista e ex-residente de Damasco, argumenta. Em seu livro Stealing From The Saracens, a autora cita várias fontes e estudiosos. Há muito se admite, por exemplo, que o arco pontiagudo, tão característico do gótico, era uma importação oriental, algo que se acredita ter sido trazido pelos cruzados em imitação dos edifícios que saquearam em suas incursões. Darke remonta às raízes da troca em um período anterior às Cruzadas, por meio de rotas comerciais entre a Europa e o mundo islâmico, como a Espanha ou a Sicília. Durante a chamada Idade Média na Europa, após o declínio de Roma, cidades como Bagdá eram centros tolerantes de aprendizagem com água potável e iluminação pública. Os verdadeiros bárbaros foram os cruzados que saquearam e pilharam o Oriente Médio. Mas o argumento de Darke é que podemos não saber que a influência do mundo islâmico (que ele cita sob o rótulo de sarraceno) na Europa foi muito além de suas traduções da antiga filosofia e matemática gregas e moldou a Europa. As torres de igrejas góticas, ele sugere, foram inspiradas nos minaretes e arcos góticos nas janelas pontiagudas e arcos de edifícios e mesquitas islâmicos. Mesmo a forma arquitetônica das grandes catedrais góticas como Notre-Dame e Durham foi, sugere ele, inspirada nas torres gêmeas de Qalb Lozeh, uma igreja síria de cerca de 450. A torre da Grande Mesquita de Aleppo (1090) pode ser perfeitamente comparada com a Torre de San Esteban ou Big Ben, aponta Darke. “O projeto arquitetônico de Notre-Dame, como todas as catedrais góticas da Europa, vem diretamente da igreja síria do século V de Qalb Lozeh”, observa Darke. “Os cruzados trouxeram o conceito de ‘torre gêmea flanqueando a rosácea’ para a Europa no século XII.”

 

  1. Fontes: A Repubblica, Mundoislam.com e The Guardian. 

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